Al Isrá e Al Miraj

EM NOME DE DEUS, O CLEMENTE, O MISERICORDIOSO.

Ascensão do Profeta Mohammad (SAAWS) 1 Al Isrá Wal Miraj. Ano 621 D.C

"Glorificado seja Aquele que transportou, durante a noite, o Seu Servo da Mesquita Sagrada 2 à distante Mesquita de Al Aqsa 3 cujos arredores abençoamos, para mostrar-lhe – em seguida - alguns de Nossos sinais. Por certo Deus ouve tudo e vê tudo”. 4

“Isrá” no idioma árabe quer dizer “Viagem Noturna”, que o Profeta Mohammad (SAAWS) fez a partir da mesquita sagrada em Macca à mesquita sagrada de Al Aqsa em Jerusalém.

“Miraj”, no idioma árabe é derivado da palavra “Uruj” que significa ascensão 5 .

O Isrá e o Miraj ocorreram antes da Hijra 6 , e segundo a maior parte dos teólogos só ocorreu uma vez, na noite de 27 do mês de Rajab 7 no ano entre 10 e 13 da Nomeação da Profecia. Numa época onde a vida dura e cheia de perigos estava prestes a terminar. Depois da emigração iniciava-se uma nova era de tranqüilidade e sossego. Finalmente, a noite solene, destinada à visita do Profeta (SAAWS) aos céus, e às maravilhas de Deus, como um hóspede distinto chegou. Foi ordenado ao Anjo Gabriel usar um transporte mais rápido que a luz, reservado só para os hóspedes celestiais.

A passagem de Isrá e Miraj, segundo a narração de Bukhari e Muslim diz:
“O edifício original da Caaba construído por Ibrahim 8 encontrava-se destruído pelas cheias e por várias vezes tinha sido reconstruído, mesmo antes da Nomeação da Profecia de Mohammad (SAAWS). Ainda durante a sua vida, houve enchentes que destruíram a Caaba, os Coraixitas quiseram reconstruí-lo, mas por falta de fundos lícitos, construíram uma parte, e deixaram outra, e até hoje está na mesma forma. É o local chamado “Hatim”, uma parte sem teto da Caaba.

Os jovens Coraixitas costumavam descansar neste local, assim como o Profeta (SAAWS). Na noite em que ocorreu o Miraj, o Profeta estava aí a descansar. Era uma noite calma, ele estava quase adormecendo quando viu o Anjo Gabriel com outros Anjos aparecerem; levaram-no para junto do poço de Zamzam, 9 abriram o seu peito, tiraram o coração e lavaram-no com água de Zamzam. Em seguida encheram o seu peito de fé e luz e depois o fecharam. Logo trouxeram um animal maior que o burro e menor que a mula, de cor branca, longo, chamado Buraq 10 , esse animal era tão veloz que os seus pés tocavam onde era o último limite da visão. Atualmente já está provado cientificamente, que, a “velocidade” é um fenômeno ao qual não se pode atribuir limite nenhum, por conseguinte a ciência moderna confirma a possibilidade da existência do “Buraq”.

As divergências na data exata dos acontecimentos antes da emigração do Profeta (SAAWS) à Medina, são muitas, porque os muçulmanos na época ainda não constituíam uma comunidade estabelecida, e a vida era-lhes tão dura que não se havia pensado em conservar registros de todos os acontecimentos. Por isso, as datas são aproximadas, (o mesmo se dá com esta passagem).

O Profeta (SAAWS) montou no “Buraq” e foi a Jerusalém, acompanhado do Anjo Gabriel. Desceu e amarrou o Buraq no cerco onde os Profetas costumavam amarrar os seus animais em que montavam; entrou na Mesquita “Al Aqsa” e nela fez dois rakats 11, (o Anjo Gabriel estava acompanhando-o nesta viagem).

Quando saiu dali, o Anjo Gabriel ofereceu-lhe duas taças uma com leite e outra com vinho; o Profeta (SAAWS) escolheu a de leite, e o Anjo Gabriel disse: “Escolheste a pureza natural, porque se tivesses escolhido o vinho, a tua comunidade se desviaria”. A seguir, o Anjo Gabriel juntamente com o Profeta, ascendeu ao céu. Quando chegaram ao primeiro céu, o Anjo Gabriel pediu que abrissem à porta, e perguntaram-lhe: “Quem é você?” Ele respondeu: “Gabriel”. Perguntaram-lhe: “Quem está contigo?” Respondeu: “Mohammad”. Disseram: “Foi chamado?” Respondeu: “Sim”. Abriram a porta e deram-lhe as boas-vindas. Ao ouvir a notícia da chegada de Mohammad (SAAWS), e do que Deus pretendia fazer para os humanos, os habitantes do céu ficaram radiantes. O Profeta (SAAWS) estava já no primeiro céu, onde viu uma pessoa, com muitas sombras dos seus lados, direito e esquerdo. Quando olhava para o lado direito, ria, e quando olhava para o lado esquerdo, chorava. Ao ver o Profeta, disse: “Bem-vindo, ó Nobre Profeta e filho Justo”. O Profeta perguntou ao Anjo Gabriel, quem é este? O Anjo Gabriel respondeu: Este é o teu pai, Adão, e estas são as almas dos seus filhos. Do lado direito são os que vão para o Paraíso e os do lado esquerdo para o Inferno. Nesse céu, o Profeta viu também, um dos quatro rios do paraíso chamado “Al Kawsar”. Desta forma foi passando por todos os céus, os guardiões de cada céu fazendo sempre a mesma pergunta, e o Anjo Gabriel respondendo sempre da mesma maneira. Em cada céu encontrava-se com algum profeta. No segundo céu, encontrou-se com Yahia 12 e Issa 13 , que lhe deram as boas-vindas. No terceiro, encontrou-se com Yussuf 14, a quem Deus deu metade da beleza, que também lhe deu as boas-vindas. No quarto, encontrou-se com Idriss 15, que Deus diz sobre ele:
“E menciona, no livro, a Idriss”. “Por certo, ele era veracíssimo Profeta; elevamo-lo a um lugar altíssimo”. 16 , que lhe deu igualmente as boas-vindas,

No quinto, encontrou-se com Harun 17 que lhe deu as boas-vindas como os anteriores, e no sexto, encontrou-se com Moussa 18, que dando-lhe as boas-vindas disse:
“Ó Nobre Profeta e irmão Justo”. Ao adiantar-se, Moisés começou a chorar. Foi-lhe perguntado, qual o motivo do choro? E Moisés respondeu: “Ó meu Deus! Tu enviaste este jovem depois de mim como Profeta, e cujos seguidores entrarão em maior número no Paraíso do que os meus”. Mohammad (SAAWS) seguiu depois para o sétimo céu, onde foi também recebido com as mesmas palavras e lá se encontrou com Ibrahim 19. O Anjo Gabriel que o acompanhava disse: “Este é o teu pai”. Abraão estava encostado no AL Bait AL Mámur 20.

Depois lhe foi mostrado o Paraíso, cujas cúpulas são de pérola e terra de almíscar e foi até Al Sidratil Muntahá21. Aí o Anjo Gabriel apareceu perante o Profeta, na sua forma natural com seiscentas asas.

“Até chegar à distância de dois arcos (de atirar flechas) ou menos ainda e Ele revelou ao Servo o que lhe revelou. O coração (do Mensageiro) não desmentiu o que havia visto” 22.

Foi quando o Profeta recebeu a ordem de Deus para que todos os crentes devessem praticar obrigatoriamente cinqüenta orações diárias. Quando o Profeta estava regressando do diálogo com Deus, encontrou-se com Moisés, que lhe perguntou: “O que é que o teu Senhor tornou obrigatório para ti e para tua nação?” Mohammad (SAAWS) respondeu: “Cinqüenta orações diárias” e Moisés disse: “A tua nação não conseguirá cumprir isso, eu tenho experiência dos filhos de Israel. Volta ao teu Senhor e pede-Lhe que reduza. Mohammad (SAAWS) voltou para o Senhor e disse: “Ó Senhor alivia para a minha “Ummat” 23. Deus reduziu cinco orações. Quando Moisés ouviu a pequena redução disse-lhe: “Atua nação não agüentará isso, volta para o teu Senhor e pede-Lhe que reduza”. Aconselhado por Moisés, Mohammad (SAAWS) voltou várias vezes a Deus pedindo-Lhe que reduzisse, até que por fim ficaram cinco orações obrigatórias diariamente, Moisés não cessou de aconselhar a Mohammad (SAAWS) que pedisse ao Senhor que reduzisse o número das orações. Mas Mohammad (SAAWS) respondeu: “Sinto-me envergonhado para ir lá de novo”. Em seguida, Deus disse: “Ó Mohammad! Na minha ordem não haverá alterações, as orações obrigatórias são apenas cinco, mas, a recompensa de cada uma será equivalente a dez orações, que equivalem a cinqüenta diárias. Eu aliviei para meus servos, e apliquei-lhes a Minha Ordem”. Mohammad voltou depois para a terra, chegou à Jerusalém, onde viu os Profetas reunidos, como Abraão, Moisés, Jesus, etc., e os descreveu a todas as pessoas. Na mesma noite o Profeta, encontrou-se ainda com o Guardião do Inferno. Foi-lhe mostrado também o Dajal24. E na manhã seguinte estava já no Al Masjid AL Haram25.

Os descrentes desmentem ao Profeta Mohammad (SAAWS)

Os Coraixitas tinham o hábito de passarem bastante tempo sentado no Háram·, assim como o Profeta.

Na manhã seguinte à noite de Al Isrá e Al Miraj. Abu Jahal foi ao encontro do Profeta Mohammad (SAAWS) no Háram26. O Profeta contou-lhe tudo o que se tinha passado na noite anterior. Abu Jahal27 chamou a Tribo Bani Kaab para que fossem escutar também. O Profeta contou-lhes o que tinha ocorrido. Uns começaram a bater palmas zombando, outros levaram as mãos a cabeça em espanto. Depois disso, todos foram correndo ao encontro de Abu Bakr, para lhe narrarem o que tinham ouvido de Mohammad (SAAWS), esperançosos que ele renunciasse à Religião Islâmica, pois todos acharam que era um acontecimento anormal, impossível e que Mohammad (SAAWS) estava alucinado. Mas, Abu Bakr respondeu-lhes com muita firmeza dizendo: “Se ele (Mohammad) de fato vos contou isso, falou a verdade”. E os Coraixitas perguntaram: “Tu confirmas o que Mohammad (SAAWS) diz a respeito disto?”. Abu Bakr respondeu: “Eu o confirmo nos assuntos mais longínquos que este, então porque não o confirmarei nisto?”. Desde esse dia Abu Bakr recebeu o título de “As Sidíq” 28. Os descrentes começaram então a testar o Profeta ao pedirem-lhe que descrevesse a Mesquita de Jerusalém. Por isso disseram a Mohammad (SAAWS): “Dizes tu que numa noite viajaste de Macca à Jerusalém. Conta-nos como se parece a Mesquita de Jerusalém?” O Profeta na ocasião não tinha na mente a imagem da Mesquita de Jerusalém. Por isso, já estava preocupado - quando os Coraixitas lhe pediram que a descrevesse. Então, Deus colocou à sua frente a imagem da Mesquita, os Coraixitas perguntavam e o Profeta (SAAWS) respondia detalhadamente como era a Mesquita.

Os Coraixitas ficaram surpresos e reconheceram que não errou na descrição da mesquita de Jerusalém. Depois o interrogaram acerca da caravana de Coraixitas que estava no regresso da Síria, e o Profeta descreveu-lhes a caravana tal como ela era, disse-lhes o número de camelos e o dia em que deveriam chegar. Tudo isso se provou verdade, no entanto, os descrentes continuaram na incredulidade, apenas aumentou a teimosia e o orgulho deles, dizendo que tudo aquilo era uma simples magia.

Na manhã seguinte à noite de Al Isrá e Al Miraj o anjo Gabriel desceu e ensinou ao Profeta Mohammad (SAAWS) o modo de fazer as orações e determinou seus respectivos horários.

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